ESCURIDÃO
Edvaldo... Jovem... Mas... semblante cansado Rosto de ancião Olhar cabisbaixo Desviando-se de olhares Que procuravam ver seus olhos vermelhos Longínquos da realidade Torturados por alucinações que fervilhavam Insossegadamente na cabeça Dominada pela droga. Edvaldo sorria... Sorriso sem graça Sorriso esquisito Efeito da droga, da qual dependeu E pagou um preço fatal - a própria morte – Edvaldo morreu E não teve tempo sequer para sonhar Sonhar sonhos livres Sem cabeça feita. Certamente Edvaldo Procurou numa tragada Escape para seus problemas Mas, qual!... o vazio alastrou E a droga, víbora astuta, Enrodilhada nas suas veias Fê-lo um preso Até a morte. Certamente Edvaldo Após algumas tragadas Sentiu que seus passos não eram firmes Havia rédeas em todas as juntas Que o conduziam Para um caminho sem luz Onde as trevas o cobriram Ele não pode ver o Sol E agoniado entre soluços Entregou-se à escuridão. * Poesia inspirada em história real (Edvaldo morreu em 1986, aos 22 anos)e publicada no livro O Sol da Justiça, de minha autoria Onã Silva A Poetisa do Cuidar
Enviado por Onã Silva A Poetisa do Cuidar em 03/10/2009
Alterado em 07/03/2010 Copyright © 2009. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |