Pivetes
Os parques esvaziam Muitas crianças estão na rua Cognominados pivetes Promovem algazarras mil Duelos de canivetes Aspirando cola... Descalça, Maria escorrega-se na ladeira Rumo à vida nas ruas Alinhavando um peditório enfadonho: - Dona, me dá um dinheiro pra comprar arroz - Pare de molestar, menina encardida. Ignoram Maria, magrinha de fome De pés lamacentos Quase sangrando de tanto perambular. Moleque ladino, Luiz é o seu nome Olhos amendoados, ainda pueris Vulgo “ratinho”, pivete temido Disfarça de aparvalhado Enquanto suas mãos arrombam e furtam E segredam para seu lado menino O desejo de se safar Do bando, dos bandidos, da gatunagem... Pivetes pálidos Esqueléticos pedintes Pedincham e não ganham nada Driblam a fome o frio o medo Com armas na mão. Há olhos que sequer olham Para os pivetes Sentados na calçada da rua Chorando com fome com frio com medo de olhar Para as pessoas infelizes Exaustas de tanto correr Atrás da PAZ! * Poesia publicada no livro O Sol da Justiça, de Onã Silva Onã Silva A Poetisa do Cuidar
Enviado por Onã Silva A Poetisa do Cuidar em 15/12/2009
Alterado em 25/07/2010 Copyright © 2009. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |